Embora a pandemia do COVID-19 tenha causado devastação econômica, de saúde e social, ela também criou uma oportunidade sem precedentes: realizar a maior experiência de trabalho remoto de todos os tempos. Essa experiência está produzindo percepções fascinantes que têm implicações significativas na maneira como devemos organizar o trabalho daqui para frente.
Por isso compartilhamos aqui alguns dados exclusivos de uma pesquisa recente feita pelo Boston Consulting Group com 12 mil trabalhadores nos Estados Unidos, Alemanha e Índia. O resultado é fruto da conversa com analistas, engenheiros, professores, equipe de RH, enfim, uma diversidade grande de cargos e atribuições.
Quando o tema é produtividade, os resultados comprovam mais uma vez o que todas as pesquisas mostram. No lugar de encontrar um colapso no funcionamento dos negócios, a pesquisa revela que os funcionários percebem que sua produtividade permaneceu predominantemente a mesma ou até melhorou. As tarefas mais prejudicadas, de acordo com o estudo, são as coletivas. Essas acabam sendo mais difíceis de serem realizadas.
Mas um ponto é bem importante. Conectividade social. Foi possível analisar o grande impacto que a conectividade social tem sobre a produtividade: funcionários que relataram satisfação com a conectividade social com seus colegas têm duas a três vezes mais probabilidade de manter ou melhorar sua produtividade trabalhando em casa. Outros pontos que também ajudam a melhorar a produtividade são: saúde mental, atividade física e ferramentas adequadas para trabalho.
UM NOVO MODELO HÍBRIDO
É provável que as mudanças que estamos acompanhando sigam, à medida em que as empresas aloquem cada vez mais funcionário no modelo remoto ou flexível. A recente pesquisa descobriu que as empresas esperam que cerca de 40% de seus funcionários sigam um modelo de trabalho remoto no futuro.
Uma empresa de serviços financeiros compartilhou que acredita que um modelo híbrido (em vez de 100% remoto) provavelmente seria o modelo de trabalho escolhido para muitos de seus funcionários, que consideram o trabalho 100% remoto insustentável. A empresa disse que seus funcionários trabalhavam cerca de 25% do seu tempo remotamente antes da pandemia e acredita que esse número pode aumentar para aproximadamente 50% ou mais.
Isso corresponde coma vontade dos funcionários, já que 60% deles disseram que desejam alguma flexibilidade no modelo de trabalho.
É produtivo, portanto, que os gestores pareçam receptivos a modelos flexíveis. Na pesquisa, a maioria dos entrevistados que são gestores estão de fato muito abertos a isso. Mais de 70% disseram estar mais abertos a modelos flexíveis para suas equipes do que antes da pandemia.
O fato é que o futuro do trabalho será cada vez mais híbrido – uma mistura de locais remotos e escritórios.
DE OLHO NO FUTURO
Grandes movimentos estão impulsionando a força de trabalho para um lugar onde as fronteiras tradicionais foram ultrapassadas e cujo local de trabalho físico está mudando de forma irreconhecível. Os investimentos em infraestrutura física mais modernas, suporte (como creches) e tecnologias digitais são, obviamente, essenciais.
Mas, para se beneficiar plenamente das mudanças, as organizações precisam se concentrar em ajudar líderes, gerentes e funcionários a promoverem o bem-estar físico e mental e, o mais importante, as conexões sociais virtuais.
Elas também precisam fazer as transições entre o trabalho local e remoto o mais suave possível, dando aos funcionários uma experiência coesa que pareça projetada, não aleatória.
Esta crise apresentou uma oportunidade única de reinventar o local de trabalho. Coisas que antes pareciam impossíveis se mostraram surpreendentemente viáveis. Com a produtividade colaborativa essencial para a inovação, as mudanças permitirão que as empresas se tornem mais competitivas. E, atendendo o desejo dos funcionários por flexibilidade, as mudanças também permitirão que as empresas recrutem e retenham os melhores talentos.
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