A Microsoft divulgou o Relatório Pulse do Índice de Tendências do Trabalho: “Trabalho híbrido é apenas trabalho. Estamos fazendo isso errado?” (Work Trend Index – WTI Pulse report, “Hybrid Work Is Just Work. Are We Doing It Wrong?”, em inglês). O estudo traz as visões e comportamentos em relação ao trabalho de gestores e equipes ao redor do mundo, e contou com um recorte específico para o Brasil.
O levantamento feito pela Microsoft revelou que 2 em cada 3 brasileiros, ou seja 65%, afirmaram que trabalhariam mais tempo em uma empresa se tivessem mais oportunidades de mobilidade interna, enquanto a média global é de 68%. Segundo o relatório, as gerações Z e Millenials são um pouco mais propensas a permanecer em seus empregos se tiverem a oportunidade representados por 69% no Brasil, contra 73% na média global.
Quando se trata da oferta de suporte a aprendizagem e desenvolvimento, 81% dos funcionários no Brasil disseram que ficariam mais tempo na empresa se pudessem se beneficiar mais desse tipo de oportunidade. Ao escalar para o nível de liderança e tomadores de decisão, 87% dos brasileiros disseram que a capacitação pode ser um fator de retenção, contra 83% da média de liderança global. Já em termos de saúde mental, 38% dos funcionários brasileiros reportaram que estão passando por burnout no trabalho, um número abaixo da média global de 48%. Ao fazer um recorte por gestores, os números são 38% no Brasil e 53% globalmente.
O novo Relatório Pulse do Índice de Tendências do Trabalho também revelou que, no Brasil e no mundo, o há uma crescente desconexão entre líderes e colaboradores, e opiniões diferentes no que diz respeito a produtividade e em como a experiência do trabalho híbrido tem sido. O estudo mostra que 97% dos colaboradores no Brasil disseram que estão mais produtivos no trabalho. Embora na visão de 88% dos gestores locais, a mudança para o modelo híbrido de trabalho trouxe um desafio de entender se as pessoas estão sendo produtivas. Na média global esses dados são 87% e 85%, respectivamente.
Quando comparado com a média global, os brasileiros estão mais propensos a trabalhar presencialmente. Globalmente, 73% dos trabalhadores e 78% dos líderes, relataram que precisam de uma razão melhor para ir ao escritório e que apenas as políticas da companhia não serão suficientes para influenciar sua decisão de ir ou não para o escritório. No Brasil, a média é de 60% e 62%, respectivamente.
Então, para ajudar os líderes a engajarem nas novas realidades do trabalho, o Relatório Pulse do Índice de Tendência do Trabalho apontou três mudanças urgentes que precisam ser feitas globalmente (dados referentes a média global):
1- Fim da paranoia da produtividade: 87% dos colaboradores globalmente relataram que são produtivos no trabalho, porém, 85% dos líderes no recorte global disseram que a mudança para o trabalho híbrido trouxe o desafio de entender se os colaboradores estão sendo produtivos. Os líderes precisam dar mais clareza e alinhamento das metas da companhia, eliminar o trabalho desnecessário que não apoiam essas metas e escutar seus colaboradores. Cerca de 57% das empresas estão, raramente, quando o fazem, coletando a opinião dos seus colaboradores.
2- Aceitar que as pessoas vão para o escritório para encontrar as outras presencialmente: 73% dos funcionários, na média, global dizem que eles precisam de uma razão maior para ir ao escritório além das expectativas da empresa – mas eles se sentiriam motivados a ir se eles pudessem socializar com seus colegas (84% global) ou reconstruir o espírito de equipe (85%). Neste contexto, a comunicação digital será crucial para manter as pessoas conectadas dentro e fora do trabalho – tanto líderes quanto colaboradores classificaram a comunicação como principal habilidade necessária para serem bem-sucedidos em suas funções neste ano.
3- Re-capacitar para re-contratar seus funcionários: 55% dos colaboradores globalmente disseram que o melhor jeito de desenvolver suas habilidades é mudar de empresa, entre os brasileiros a média é de 40%. Contudo, eles também disseram que considerariam ficar mais tempo nas empresas se fosse mais fácil trocar de posições internamente (68% global) ou se eles tivessem mais benefícios de aprendizagem e apoio para desenvolvimento (76% global).