Conforme a nova Pesquisa de Remuneração Total (TRS) da Mercer, 59% das empresas não realizaram pesquisa para saber a preferência dos colaboradores sobre o modelo de retomada de trabalho. As decisões relativas ao retorno pós-pandemia foram tomadas apenas pela liderança, ainda que 71% das empresas tenham afirmado o quanto percebem que o trabalho remoto acelerou a transformação digital interna.
O estudo mostra que à medida que o foco das empresas passa a ser o engajamento dos profissionais em contratos feitos a partir do estilo de vida almejado, flexibilidade se torna um aspecto decisivo. Prova disso é que 83% das empresas consideram implementar o trabalho flexível em maior escala do que antes da pandemia e 94% dizem que a produtividade permaneceu a mesma ou melhorou desde que os funcionários passaram a trabalhar remotamente.
Esses números acendem um alerta importante, pois se as empresas não escutarem o que os colaboradores têm a dizer, a insatisfação e o turnover continuarão crescendo. Os setores de RH precisam desenhar jornadas e construir indicadores para que as respostas aos anseios dos colaboradores sejam mais ágeis e adequadas.
A pesquisa aponta que o turnover voltou a crescer e atingiu 10%, mesmo percentual de 2019, e diferente nos dois anos de pandemia, que registrou 7%. O nível executivo tem sido o que mais recebe notificação de demissões das empresas, chegando a 10% em 2022, ainda mais se comparado aos últimos três anos, quando a taxa era entre 4% e 5%. Os especialistas, como analista sênior, pleno e júnior foram os níveis que mais pediram desligamento.
Os principais motivadores para o turnover foram relacionados ao salário atual ou a buscar aumento em outra empresa, com 77%. Em seguida, com 55%, aparecem motivos pessoais, depois 40% por conseguir novas oportunidades em função diferente no mesmo setor; 36% esgotamento e/ou exaustão; e 31% pelo descontentamento das políticas de trabalho remoto e híbrido da empresa.
Segmentos
Realizada anualmente, a Pesquisa de Remuneração Total (TRS, na sigla em inglês) 2022, da Mercer, tem o objetivo de ajudar as empresas a definir a melhor estratégia de remuneração e de Recursos Humanos e, assim, se adaptar com agilidade e embasamento confiável às novas realidades, abrangendo indústrias com significativa representatividade global, como Manufatura, Bens de Consumo, Alta Tecnologia, Life Sciences, Varejo e Atacado. A pesquisa contou com a participação de mais de 40 mil empresas, de mais de 140 países. No total, 862 empresas brasileiras participaram.