Pesquisa aponta expectativas em relação à volta ao trabalho presencial. No momento em que as empresas analisam diversos modelos de trabalho para receber suas equipes de volta ao escritório, os colaboradores querem ter uma experiência renovada, mais participativa e com interações presenciais. Mas, ao mesmo tempo, não desejam perder a flexibilidade conquistada e que, na visão deles, ajudou a impulsionar a produtividade.
Já os executivos, embora reconheçam os ganhos de produtividade do trabalho remoto, se mostram mais cautelosos em relação a mudanças em termos de flexibilidade. Eles se mostram mais preocupados com as consequências dos novos arranjos na cultura organizacional, no bem-estar da força de trabalho e na retenção de talentos no longo prazo, além dos impactos que as alterações podem provocar na capacidade de sustentar os índices de produtividade e no impulso inovador.
Esse e outros resultados são informações da pesquisa realizada pela PwC Brasil e pelo PageGroup com 289 executivos e 633 colaboradores, entre 17 de janeiro e 4 de fevereiro deste ano. O estudo investigou quais as preferências e as expectativas das pessoas em relação à volta ao trabalho presencial. Vamos listar os principais pontos.
Colaboradores querem mais flexibilidade e menos trabalho presencial
Os colaboradores preferem regimes de trabalho com menos atividades presenciais ou totalmente remotos, ao contrário dos executivos. No total, 30% avaliam que o escritório do futuro deve se tornar mais informal e as regras devem ser mais flexíveis. Esse percentual é quase o dobro do registrado entre os executivos.
No geral, os colaboradores se sentem mais produtivos ao trabalhar em home office e com horários mais flexíveis. Já os executivos têm uma percepção mais negativa da produtividade de seus colaboradores nesses modelos de trabalho.
Modelo híbrido é a preferência, com menos dias de trabalho presencial
Tanto colaboradores como executivos têm preferência pelo regime híbrido com um ou dois dias por semana no escritório como o melhor arranjo para a empresa maximizar a produtividade de seu pessoal. Em segundo lugar na lista de preferências, os colaboradores mencionam o home office integral, enquanto os executivos são favoráveis ao regime híbrido com três ou mais dias no escritório.
Mulheres e os mais jovens preferem regimes remotos
Ao analisar a pesquisa por segmentos, verificamos que as mulheres tendem a preferir os modelos remotos de trabalho, como home office integral e regimes híbridos com apenas um ou dois dias presenciais na semana. Um possível motivo para essa preferência é o fato de 78% das mulheres relatarem poder realizar todas ou quase todas suas tarefas em home office em comparação com 59% dos homens. Em termos geracionais, os mais jovens são os que mais preferem regimes totalmente remotos.
Percepção da produtividade em home office
A percepção dos participantes da pesquisa sobre sua produtividade varia conforme o gênero. Uma proporção maior de mulheres relata ser significativamente mais produtiva em home office em comparação com os homens. Essa tendência é vista, principalmente, entre as mulheres da Geração Z. O fenômeno pode estar relacionado ao fato de as mulheres relatarem trabalhar mais horas do que os homens em regime de home office, ou seja, a produtividade delas pode estar sendo obtida às custas de excesso de trabalho.
Quanto aos fatores que afetam a produtividade, os executivos se mostram mais conservadores, tendendo a considerar como principais aspectos negativos do home office a falta de infraestrutura nas casas dos colaboradores, o isolamento das equipes e as distrações.
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