Trabalhar em casa durante a pandemia tornou as pessoas mais produtivas ou não? Este tem sido o assunto de um intenso debate.
Um ponto importante é que muitas empresas não medem rotineiramente a produtividade da equipe. A maioria apenas estima que tem maior produção quando a equipe trabalha mais horas ou sob supervisão próxima, mas o trabalho remoto está claramente fazendo com que alguns reavaliem isso. Algumas grandes empresas, como a PwC, ficaram suficientemente impressionadas para tornar o trabalho remoto uma opção permanente para seus funcionários.
Por outro lado, alguns líderes empresariais insistem que o trabalho remoto está comprometendo a produtividade e, portanto, não é viável a longo prazo. O CEO da Goldman Sachs, David Solomon, por exemplo, definiu isso como uma “aberração que vamos corrigir o mais rápido possível”.
Algumas vezes as pesquisas tendem a não ser boas para medir a produtividade de maneira objetiva. Mas vamos conferir os resultados de uma pesquisa financiada pelo Economic and Social Research Council ESRC, que perguntou a 1.085 entrevistados que trabalhavam em casa no Reino Unido sobre produtividade. O estudo usou a medida padrão de produtividade do trabalho usada pelos economistas, produção por hora trabalhada, onde a produção se refere ao valor dos bens ou serviços em questão.
Mas isso não significa que a pesquisa mediu apenas se as pessoas trabalharam mais ou menos.
Eles também perguntaram aos entrevistados se eles achavam que a produtividade relatada por eles mesmos era a mesma, melhor ou pior em comparação com o período anterior ao isolamento. A partir dos resultados, 54% acharam que conseguiram “um pouco mais” ou “muito mais” por hora trabalhada do que antes.
Combinado com aqueles que relataram que a produtividade era a mesma de antes do isolamento, isso significa que quase 90% relataram que a produtividade foi mantida ou melhorada – refletindo o resultado de outros estudos. Em outras palavras, apenas uma em cada dez pessoas relatou que sua produtividade havia caído com o trabalho remoto. Então, por que trabalhar em casa tornaria a maioria das pessoas mais produtivas, mas algumas menos?
Produtividade e saúde mental
O estudo também questionou os entrevistados sobre a saúde mental e usou como base o índice WHO-5 da Organização Mundial de Saúde. Ao traçar os resultados no gráfico abaixo, podemos ver um padrão muito claro, com maior produtividade associada a melhor saúde mental. Na verdade, as pontuações de saúde mental para os trabalhadores mais produtivos foram duas vezes mais altas que os menos produtivos.
Os dados não deixam claro se a saúde mental não tão boa causa ou contribui para um declínio na produtividade ou se ser produtivo ajuda a melhorar a saúde mental. Parece razoável pensar que ambos são provavelmente verdadeiros.
Para explorar essa relação, o estudo examinou a capacidade das pessoas de se adaptarem às mudanças de circunstâncias e sua capacidade de superar contratempos ou interrupções – referida na literatura como autorregulação. Podemos esperar que as pessoas com tais habilidades permaneçam focadas em uma tarefa e, como resultado, sejam mais produtivas.
Mais de 90% dos entrevistados relataram que conseguiam se concentrar em uma atividade por muito tempo; 94% disseram que podiam usar a autonomia concedida pelo seu empregador para reordenar as tarefas de trabalho; 85% disseram que podiam controlar as distrações e 83% disseram não ter problemas para retomar um estilo de trabalho concentrado após uma interrupção. Cada uma dessas dimensões de autorregulação foram fortemente correlacionadas positivamente com alta produtividade por hora trabalhada.
É claro que vale a pena lembrar que muitas pessoas que trabalham em casa durante o confinamento têm vivido com problemas de saúde mental, como solidão, preocupações com dinheiro, educação em casa ou outros problemas de saúde. Claramente, se as organizações desejam garantir que os funcionários sejam produtivos trabalhando em casa, o valor de investir em medidas de apoio ao bem-estar psicológico é muito claro.
Trabalhando no futuro
A desconexão social de trabalhar em casa por um período prolongado pode abalar o bem-estar mental e a produtividade de algumas pessoas – especialmente entre os colaboradores que prosperam interagindo com colegas e clientes para trocar e ter ideias. 73% dos entrevistados da nossa pesquisa relataram que idealmente queriam padrões de trabalho que lhes permitissem variar seu local de trabalho de acordo com as tarefas que estavam realizando.
Com isso, mais uma vez enxergamos um futuro híbrido, como muito temos falado ultimamente. Porém, ainda é um conceito novo e, se as empresas quiserem dar aos funcionários clareza sobre o que pode ser feito em casa e o que precisa acontecer em um local de trabalho tradicional, eles precisam organizar padrões e direcionamentos claros.
Quer ajuda para definir uma política clara de trabalho remoto, com orientações adequadas sobre as possibilidades de um trabalho híbrido? Fale com a HOM. Somos especialistas em ajudar empresas a implementarem o home office, com uma metodologia estruturada e já aplicada inúmeras vezes. Temos tudo o que sua empresa precisa para gerenciar seus colaboradores remotamente, incluindo um software com funcionalidades exclusivas para o modelo de trabalho e planejada pra o mercado brasileiro. Se quiser entrar em contato com a nossa equipe, é só mandar um e-mail para [email protected]
* Esse post faz parte da parceira entre a HOM e o Adoro Home Office.
**Com informações de The Conversation