Para muitos trabalhadores, o impacto do COVID-19 depende muito de uma pergunta: posso trabalhar em casa ou estou preso ao meu local de trabalho? Quarentenas, lockdowns e isolamentos levaram dezenas de milhões de pessoas ao redor do mundo a trabalhar em casa, acelerando um experimento no local de trabalho que lutava para ganhar força antes da pandemia chegar.
Mas agora que as vacinas já são uma realidade e várias partes do mundo já começam a enxergar uma luz no fim do túnel e uma retomada da normalidade, como deve ser a vida pós-pandemia com a experiência de trabalho remoto tão presente na vida dos trabalhadores? Certamente vamos acompanhar uma mudança cultural bem forte, que vai impactar diretamente a estrutura das cidades como um todo.
Será que grandes centros vão continuar sendo visto como o lugar onde se precisa estar para buscar o sucesso? Tudo indica que não! Recentemente o Spotify anunciou que já liberou toda sua equipe para trabalhar onde preferir (em qualquer lugar do país ou do mundo), mantendo salários equiparados a quem mora em Nova York ou San Francisco, duas das cidades mais caras do mundo.
Diante desse cenário, fica claro que muita gente vai escolher fugir um pouco da loucura dos grandes centros, dos aluguéis milionários, do transito caótico, e vai escolher fixar a base em cidades menores, com mais qualidade de vida e menos gastos.
REDUÇÃO DE GRANDES CENTROS
Antes da pandemia, apenas uma parcela pequena da força de trabalho conseguia trabalhar em casa regularmente. Agora esse número no mínimo triplicou. Se tivermos de 15 a 20% dos trabalhadores passando menos tempo no escritório e mais tempo em casa, teremos grandes impactos nas economias urbanas.
Mais pessoas trabalhando remotamente significa menos pessoas circulando diariamente entre casa e o trabalho ou se deslocando para locais diferentes para trabalhar. Isso pode ter consequências econômicas significativas, em setores como transporte, gasolina e vendas de automóveis, restaurantes e varejo em centros urbanos, além da demanda por imóveis de escritórios e outros padrões de consumo.
Uma pesquisa recente da McKinsey revelou que, após a pandemia, as empresas esperam que os funcionários trabalhem pelo menos 35% a mais fora do escritório do que antes. Isso significa que significa que as empresas precisarão de menos espaço para escritórios, e várias já planejam reduzir despesas imobiliárias.
A Moody’s Analytics prevê que a taxa de vacância de escritórios nos Estados Unidos em 2021 subirá para 19,4 %, em comparação com 16,8% no final de 2019, e subirá para 20% no final de 2022.
Segundo a Perspectiva Imobiliária Global da JLL, que analisou os dados do setor no primeiro semestre de 2020, já é possível notar os fortes impactos da pandemia também no Brasil. No segundo trimestre de 2020, por exemplo, a atividade global de locação de escritórios foi 59% menor em relação ao mesmo período de 2019. Além disso, as taxas de vacância começaram a aumentar em todas as regiões do Brasil.
INFRAESTRUTURA EM CIDADES MENORES
Com muitas pessoas buscando um estilo de vida mais tranquilo em cidades menores, devemos acompanhar a criação de uma infraestrutura básica em cidades de pequeno e médio porte, como a criação de coworkings, cafés adequados para reuniões e pequenos momentos de trabalho e até investimentos em Internet de boa qualidade.
De acordo com dados do Censo Coworking Brasil, em 2018 cerca 35% dos coworkings do Brasil estavam em cidades do interior. Durante a pandemia muitos desses espaços podem ter enfrentado dificuldades ou até fechado, mas certamente vão encontrar espaço para retomada a medida em que as coisas forem melhorando no Brasil.
Com uma melhor distribuição dos trabalhadores pelo país e a descentralização dos grandes centros, devemos ter também um aquecimento da economia local. Investir no comércio local é uma boa aposta para valorizar a cultura e retomar a economia.
Cada vez mais os discursos de “compre do pequeno”, “compre no seu bairro”, “compre de quem está perto de você” se fortalece. Isso tudo segue ao encontro de movimentos que estão ganhando muito força no mundo todo como slow food e km 0. O bacana é consumir e prestigiar produtos (comida, roupa, bebida, móveis) de pequenos produtos, perto de você e da sua casa, que além de muitas vezes serem exclusivos, também fortalecem a comunidade.
Quer saber como gerenciar melhor um escritório descentralizado, com funcionários trabalhando em várias cidades do país? Entre em contato com a HOM. Somos especialistas em ajudar empresas a implementarem o home office, com uma metodologia estruturada e já aplicada inúmeras vezes. Temos tudo o que sua empresa precisa para gerenciar seus colaboradores remotamente, incluindo um software com funcionalidades exclusivas para o modelo de trabalho e planejada pra o mercado brasileiro. Se quiser entrar em contato com a nossa equipe, é só mandar um e-mail para [email protected]
* Esse post faz parte da parceira entre a HOM e o Adoro Home Office.