As principais empresas de tecnologia dizem que seus funcionários devem ficar em home office de forma permanente. Com essas e outras ações, colaboradores estão começando a perceber que o trabalho remoto não só é possível, mas, em alguns casos, preferível. Uma mudança para uma nova forma de trabalhar no mundo já pode estar em andamento.
Essa mudança pode ter implicações profundas em nossa vida doméstica e, por extensão, na vida de nossas cidades: 25% de todos os escritórios na Inglaterra estão no centro de Londres. E se você pensar bem, isso acontece em muitas metrópoles pelo mundo.
A BBC publicou um artigo com percepções de especialistas sobre como a vida na cidade pode mudar com o aumento do home office. Traduzimos livremente e compartilhamos algumas dessas opiniões com vocês. Você pode ler a matéria original aqui.
Os centros das cidades vão ficar vazios?
Les Back, professor de sociologia, Goldsmiths:
Acho que estamos em um ponto crítico. Há uma reorientação, uma recalibragem da relação entre lugar e tempo e a vida social da qual estamos no limite. Podemos ver mudanças profundas. Algumas coisas podem não voltar.
Paul Cheshire, professor de geografia econômica, London School of Economics:
Acho que voltaremos aos escritórios, mas não da mesma forma. As pessoas são mais produtivas quando estão mais próximas. São 20 anos de pesquisas persuasivas realmente boas, demonstrando como isso é importante. Há muitas coisas que você não pode fazer exceto com outras pessoas – as pessoas são animais naturalmente sociais.
Aude Bicquelet-Lock, vice-chefe de política e pesquisa, Royal Town Planning Institute:
Algumas empresas disseram que vão deixar seus funcionários em casa para sempre. Twitter e Facebook são exemplos disso. O CEO do Barclays disse que colocar 7 mil pessoas no mesmo escritório pode ser coisa do passado. O declínio do espaço de escritórios afetará cidades pequenas, médias e grandes de maneiras diferentes.
E qual deve ser o futuro dos escritórios?
Les Back
O esvaziamento da vida na cidade está acontecendo há muito tempo. Pode ser que o que aconteça é que algumas empresas não voltem ao centro da cidade e pensem que é muito arriscado – ou pode haver outros impulsionadores econômicos onde as pessoas simplesmente aproveitarão a oportunidade para perguntar: “Por que estamos investindo tanto do nosso capital nesses grandes espaços de escritório? “.
Aude Bicquelet-Lock
Acho que o que veremos é que os centros locais podem ser mais diversificados – mais restaurantes e mais atividades sociais, pois as pessoas podem querer se encontrar. Trabalhar em casa também pode significar ter acesso aos locais de trabalho nas cidades locais por alguns dias e os novos modelos precisam se adequar.
Paul Cheshire
Você terá mais pessoas trabalhando em casa, o que significa que haverá mais demanda por casas grandes. As pessoas vão precisa de um espaço de trabalho, que talvez as faça buscar lugares externos. Elas vão precisar se deslocar para o trabalho uma ou duas vezes na semana, até a sede da empresa, para reuniões. Isso provavelmente fará com que elas aceitem um trajeto mais longo, para poder morar um espaço maior e mais barato. A vida tende a se afastar do centros das cidades.
E a maneira como usamos as cidades?
Aude Bicquelet-Lock
Todos terão passado pelo isolamento, pelas mudanças e terão novos hábitos e opiniões fortes sobre o que querem, o que funciona para eles e o que não funciona. E eu acho que uma das primeiras coisas que teremos que fazer como planejadores urbanos e formuladores de políticas é ouvir o que a população quer.
Paul Cheshire
Uma questão importante é o medo das pessoas: quanto tempo as pessoas vão levar para se recuperarem da experiência de estarem preocupadas em estar no meio de uma multidão, em serem vulneráveis. Acho que as pessoas vão se recuperar disso se houver uma vacina, se o vírus desaparecer. Se isso acontecer, os escritórios podem se reafirmar e todas as coisas que gostávamos de fazer nos centros das cidades também se reafirmarão. Mas isso pode levar muito tempo.
Essas ideias são importantes não apenas por serem de especialistas, mas por trazerem pontos de vistas diferentes. Muitas empresas acreditam que só existe um único modelo adequado e que não existem detalhes ou exceções na implementação de modelos flexíveis, por exemplo.
Destacamos que nosso modelo é completamente personalizável, de acordo com a demanda e a especificidade de cada negócio. O importante é que você comece a pensar, se preparar e se posicionar para um mercado com mudanças gigantes como as que estamos enfrentando agora. Conte com a nossa equipe! Entre em contato com a HOM mandando um e-mail para [email protected]